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Terra será quase inabitável a humanos em 250 milhões de anos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Abril de 2024 às 13h54

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Farnsworth, Scotese et al./Nature Geoscience
Farnsworth, Scotese et al./Nature Geoscience

A Terra pode ficar inabitável para os seres humanos mais cedo do que se imaginava, mas calma — ainda temos cerca de 250 milhões de anos pela frente. O problema será, segundo cientistas da Universidade de Bristol, o clima do próximo supercontinente, Pangea Ultima.

A deriva continental e a dinâmica das placas tectônicas não são novidades. Já sabemos do estado em que estavam os continentes do passado, com exemplos conhecidos como o da Pangeia e da Rodínia, mas a próxima forma a ser tomada pelas massas de terra no futuro — o próximo supercontinente, em outras palavras — ainda é bastante discutida.

Entre as propostas mais populares para os geólogos, há quatro que seguem mais fortes na disputa: Novopangea, Aurica, Amasia e Pangea Ultima. Para o estudo atual, no entanto, publicado na revista científica Nature Geoscience, as previsões para o futuro da Terra se baseiam apenas na Pangea Ultima, onde o supercontinente deixaria o oceano Atlântico como um mar interno.

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Mamíferos no continente do futuro

Na Pangeia Ultima, até mesmo a Antártida irá para o norte para se fundir aos outros continentes, formando um “anel” terrestre — isso segundo modelos computacionais, é claro. A simulação também mostra que apenas o tamanho do supercontinente será o suficiente para deixar o clima praticamente inóspito para mamíferos como nós.

A junção continental poderá gerar uma liberação de energia enorme, já que massas de terra e lava terão muito atrito em si, o que ocorreria através de erupções vulcânicas enormes. Isso liberaria muito CO2 na atmosfera — gás cuja influência pode até causar eras do gelo extremas — e aumentaria o efeito estufa. Combinado com o brilho solar maior previsto para o futuro, o mundo de 250 milhões de anos à frente será muito, muito quente.

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As correntes oceânicas, então, bem como as circulações de ar e água, mudarão e influenciarão os padrões de clima, aumentando a umidade nas regiões costeiras e tornando o interior dos continentes mais seco e árido. A temperatura do futuro está estimada entre 40 ºC e 50 ºC, deixando apenas entre 8% e 16% da Pangeia Ultima habitável para os mamíferos.

Como os mamíferos usam o suor para regular a temperatura do corpo, um período de calor prolongado como o previsto não permitirá que consigamos resfriar o corpo — vale notar que, recentemente, a ciência descobriu que o limite de calor e umidade que o corpo humano suporta é menor do que se pensava.

As plantas também irão sofrer nessas temperaturas, já que, acima de 40 ºC, não conseguem prosperar, e, acima de 60 ºC, passam por danos irreversíveis. Sem elas, a cadeia alimentar dos mamíferos é afetada desde o início, gerando uma extinção em massa.

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Apesar da previsão desesperançosa, o modelo computacional usado poderá nos ajudar a descobrir outros planetas habitáveis no universo através de eventos tectônicos, que já sabemos ter influência nas mudanças climáticas e podem indicar o estado em que planetas candidatos estão.

Fonte: Nature Geoscience